Mongaguá, meu chão

Mongaguá meu chão


Foto: Martin Afonso de Souza

O português Martin Afonso de Souza desembarcou na ilha de São Vicente em 22 de janeiro de 1532, criando o 1º núcleo populacional do Brasil. Uma história rica, com muita beleza natural e nessa história está a cidade de Mongaguá que pertenceu por muito anos à São Vicente.

Esta região também fez parte da Capitania de Itanhaém criada em 1624 após uma briga entre os herdeiros de Martin Afonso de Souza.

Esta Capitania começava em Cabo Frio e ia até Paranaguá.

Foto: Primeira povoação brasileira

Os primeiros habitantes de Mongaguá foram os índios tupi- guarani que habitavam em suas tendas às margens dos rios Mongaguá e Aguapeú, onde a pescaria era farta. O nome de Mongaguá foi dado por eles e significa água pegajosa ou lama pegajosa, mas também já foi chamada de Terra dos Santos Milagres e Terra dos Padres.

Fotos: mata de Mongaguá

Capitães de mato andavam por estas redondezas atrás de negros e índios para escravizar. Aqui também passavam colonizadores e o correio do Imperador rumo à Itanhaém e Cananéia. Encontravam aqui abrigo, boa pesca e índios pacíficos.

Um fato interessante é que eles passavam sebo nas pernas para se livrarem das queimaduras da maresia.

Aqui também eles davam de beber aos animais. Encontramos da Rua Rui Barbosa um Chafariz datado do Séc. XIX.

Foto: Chafariz

Era difícil a fixação dos colonizadores na região, pois eles não estavam acostumados à doenças e febres. Com o crescente domínio deles começou aparecer os primeiros sítios.

Por volta de 1776 o Coronel Bonifácio José Ribeiro de Andrade pai de José Bonifácio “O Patriarca da Independência”

Constam os seguintes registros de vendas:

1814- ao padre João Batista Ferreira

1851- à Antônio Gonçalves Nobre

1851- à Manoel Bernardes Muniz

1892- ao Dr. Helio Peixoto

Em 1866 encontramos registros sobre a 1ª. Festa do Divino Espírito Santo na região. Festa esta folclórica e religiosa.

O Sítio Mongaguá foi sub- dividido em pequenos outros sítios e temos registradas as antigas escrituras datadas do início do séc. XX.

Sítio Sarapó

Sítio Taperinha

Sítio Buturapina

Fazenda Rondônia

De propriedade de João Lopes, Antônio Lourenço, João Dierberger e Coronel Francisco Rodrigues Seckler.

Foto: Coronel Francisco Rodrigues Seckler

A Vila de Mongaguá surgiu em torno da estação ferroviária integrante da linha Santos- Jundiaí pertencente a estrada de ferro Sorocabana.

Foto: trem

Foto: trem

Curiosidade:

Por isso tantos sorocabanos na região. Eles vieram para a construção da estrada e após ganharam terrenos ao redor da mesma.

FERNANDO ARENS JÚNIOR

Foto: Fernando Arens e família

Fernando Arens Júnior 1880- 1942

Campineiro, filho de imigrantes alemães, teve 4 filhos Aracy, Odila, Renato Antônio e Mariana. Casado com dona Lavínia a qual após a morte do marido doou os terrenos para a construção da Igreja Nossa Senhora Aparecida, Colégio Aracy da Silva Freitas e o Jacozão.

Em 1910 comprou suas primeiras terras.

Começava a despontar a Vila de Mongaguá. Fernando Arens previa o futuro promissor desta região que já despontava como centro comercial.

Nesta data também foi construída a Ponte Pênsil de São Vicente começou a favorecer a vinda de paulistas para esta região.


Foto: Sr. Emílio José de Oliveira

Foto: Poço das Antas

A pedido de Fernando Arens, o Sr. Emílio José de Oliveira abriu a 1ª picada no mato que levava ao Poço das Antas e a abertura da rua do Telégrafo ( hoje Av. São Paulo) com seu facão e sua enxada.

Em 1913 Fernando Arens iniciou o planejamento da Cidade. Fundou a Companhia Melhoramentos da Praia Grande.

Projetou a retificação do rio Mongaguá com o canal de 04 metros de largura.

Construiu a usina hidroelétrica com o 1º gerador HP fornecendo luz para Mongaguá e Itanhaém

A primeira grande construção deve-se a ele.

Foi o Hotel Balneário Marinho na rua São Vicente ( hoje av Getúlio Vargas) onde se encontra instalada a Prefeitura Municipal. Gerenciado por Abílio Smith e sua esposa dona Amélia. Mais tarde o hotel foi comprado pela sua filha Chiquita Smith.

Foto: Hotel Marinho

CURIOSIDADE:

Na frente do hotel, Fernando Arens tinha salinas as quais abasteceram São Paulo na época da Revolução de 32.

Miss Doalloy; atriz do cinema americano, foi também gerente do Hotel Marinho.

Projetou o ramal ferroviário da estrada de Ferro Sorocabana doando os terrenos onde a ferrovia haveria de passar.

CURIOSIDADE:

O prestígio dele era tanto, que às vezes o trem o aguardava na estação para ele ir trocar de roupa.

Onde hoje se encontra o Camping das Antas era a Chácara Vila Arens.

Fernando Arens planejou o transporte em um teleférico dos cachos de bananas da Fazenda Rondônia, que descia o Rio Bichoró até o porto do caçador e eram colocados em um teleférico que desciam sobre os morros até chegar a Estação Ferroviária cerca de 5 km. O percurso antes demorava 5 horas. Passou a 1 hora.

Faleceu em 05/09/42 com 62 anos sua missa de 7º dia foi no Poço das Antas.

BANANAS:

No começo do Séc.XX era cultivada nas Fazendas:

Marina

Itaóca

Rondônia

Santa Cruz

Santo Antônio

Arens

Seabra

Barigui

Hoje só na Fazenda Itaóca

LEVAR PAINEL

RAUL ROMEU LOUREIRO

Foto: Raul Romeu Loureiro

Advogado, promotor público de São Roque, conheceu Mongaguá através de sua amizade com Fernando Arens, e aqui chegou em 1927.

Sua casa ficava em frente ao mar, um quarteirão antes do Hotel Balneário Marinho.

Teve participação direta na criação do Distrito da Paz, acompanhando pessoalmente este desmembramento de São Vicente.

Foi presidente da Associação Amigos de Mongaguá.

Redigiu o 1º documento para a Assembléia Legislativa sugerindo a emancipação de Mongaguá.

Integrou junto com Francisco Rodrigues Seckler a Associação dos Proprietários da Praia Grande.

Escreveu o 1º livro sobre a Cidade “ Anotações para a História de Mongaguá”.


Em 1945 criaram em sua casa o Clube Amigos da Onça com a finalidade de criar festas,eventos e brincadeiras.

Dançavam em um barracão.

Foto: Barracão

Foto: Jovens da época

Foto: Jovens da época

Devem-se muito a esses jovens a união das famílias da Vila de Mongaguá.

Construiu a Igreja Nossa Senhora Aparecida a pedido de sua esposa dona Antonieta.

Foto: Igreja Nossa Senhora Aparecida

CEL. FRANCISCO RODRIGUES SECKLER

Foto: Coronel Seckler

Coronel da Guarda Nacional na década de 10 comprou muitas terras onde hoje é Mongaguá, inclusive as fazendas Rondônia e Promissão.

Tinha 5 filhos: Joaquim, José, Maria, Anna e Lourdes

CURIOSIDADE:

A sede da Fazenda Rondônia era aonde hoje é o Belvedere. E para que os seus familiares fossem até a praia mandou abrir uma picada no mato onde muitas vezes no passeio encontravam cobras, tamanduás, jacarés, e os índios da tribo do Aguapeú.

Foto: Índios da tribo do Aguapeú

Foi o coronel que vendeu um terreno ao 1º comerciante da Vila. Sr. Manoel Cordeiro Mendes ( aonde se encontra o Bazar Tem Tudo)

Sua filha Maria Helena Mendes foi a primeira professora da Vila. Formou uma classe de alfabetização em uma casa que o Coronel Mandou construir para este fim e que mais tarde foi ocupada pela família.

Maria Helena Mendes

Foto: 1° sala de alfabetização

Foi presidente da Associação dos Proprietários da Praia Grande.

Como presidente comprou o primeiro ônibus da região.

Foto: 1° ônibus da região

Foto: os Amarelinhos

A pedido da sua esposa Brasília doou o terreno e construiu em 1922, 1ª Capela da Cidade Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Foto: 1ª Capela da Cidade, Capela de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro.

Por um projeto de lei do então deputado estadual André Franco Montoro, o Coronel Francisco Rodrigues Seckler foi homenageado e a estação ferroviária de Mongaguá leva o seu nome.

JACOUB KOUKDJIAN

FOTO: JACOUB

Armênio de nascimento, mas mongaguaense de coração, Jacob chegou ao Brasil precisamente no porto de Santos fugindo da guerra. Ao desembarcar tinha certeza que estava chegando em Buenos Aires.

Mascate percorria a pé o caminho de São Vicente à  Mongaguá.

Em 1929 instalou-se em Mongaguá e em 1930 construiu uma vendinha perto da estação ferroviária. Casou-se com dona Sirana e teve 2 filhos Marian e Jacob.

Dona Sirana

Trabalhava na extração de caxeta nas margens do rio Aguapeú

FOTO: JACOUB E ADEMAR

Curiosidade:

Ademar de Barros então governador do Estado, atolou seu carro no rio Mongaguá, e enquanto sua comitiva o desatolava, avistou uma única casa e foi até lá pedir um copo de água. Ao chegar deparou com dona Sirana que não só deu a  água como um café.

Qual foi o espanto quando soube de quem se tratava. O governador sensibilizado com a acolhida retribuiu mandando aterrar o centro da Vila que sempre inundava com a maré e também a seu pedido mandou construir ao lado da Estação Ferroviária a 1ª Escola sendo que a professora era dona Dulce Marcondes que passou a morar na casa dos Koukdjian.

Nos anos 40 comprou um caminhão e fazia tranporte de cargas. Até que mais uma vez a sorte o sorriu. O dono da Companhia Antártica atolou no rio Mongaguá e foi ajuda-lo. Como recompensa foi convidado a ser o único distribuidor de bebidas da região.

Fundou o time de futebol 9 de Julho que tinha as mesmas cores e o mesmo emblema que o São Paulo Futebol Clube.

Jacoub faleceu em 1978 e dona Sirana admarista roxa e depois de ver seu filho 3 vezes prefeito de Mongaguá faleceu em 2003.

CRIAÇÃO DO DISTRITO DE MONGAGUÁ

Até os anos 40, a Vila de Mongaguá pertenceu  ao município de São Vicente, mas com o crescimento dela começou aparecer outras pequenas vilas com Jardim Marina, Aguapeú, Vera Cruz, Vila Arens e outras dificultando sua administração.

Em 1948 os moradores solicitaram a criação do Distrito da Paz. Para isso foi preciso provar que Mongaguá possuía:

100 casas

população variável de 400 a 500 pessoas

estrada

planta do povoado

água e luz

Em 24 /12/1948 lei 233 foi criado o Distrito de Mongaguá e este passou a incorporar Itanhaém.

Foto Bazar Sta. Maria

Atual Caixa Econômica Estadual

Foto: Ponte Pêncil

Foto: Entrada da Estação Ferroviária Sorocabana

EMANCIPAÇÃO:

Após 10 anos sendo distrito e depois de muita luta como verdadeiros guerreiros como Joaquim Monteiro, Ivone Monteiro, Hélio dos Santos, Nilton Mello e muitos outros.

Foto: Hélio dos Santos e Joaquim Monteiro

Foto: O 1° Peblicito

Em 07/12/1958 aconteceu o plebicíto onde 124 pessoas votaram à favor e 4 contra pela emancipação de Mongaguá.

E em 31/12/58 Dr. Jânio da Silva Quadros então governador do Estado assinou a lei qüinqüenal elevando Mongaguá à Município.

CURIOSIDADE:

O 1º prefeito José Cesário Pereira Filho, escolheu o dia do plebiscito, para a comemoração da Emancipação Político-Administrativa da Cidade.

Por conseqüência Mongaguá está comemorando seu jubileu de ouro, graças a um estudo profundo do Instituto Histórico e Cultural de Mongaguá.

BRASÃO E BANDEIRA

Foto: Brasão

Foto: Bandeira

O Brasão foi criado pelo português Antônio Martins Araújo esposo da 1ª vereadora da cidade Sra. Dina Belli

CURIOSIDADE:

Mongaguá só teve 4 mulheres até hoje vereadoras:

Dina Belli, Scarlet, Nena e Irene Tupiná.

A Bandeira de Mongaguá foi instituída e hasteada pela 1ª vez em 5/01/60 pelo prefeito José Cesário Pereira Filho.

PREFEITOS

Foto: 1° Prédio da prefeitura

Foto: José Cesário Pereira Filho, 1° Prefeito

* José Cesário Pereira Filho

1960- 1964

Foto: 1º Posto telefônico

FOTO: Pronto Socorro Central Av. Marina

Foto: João de Barros Teixeira

* João de Barros Teixeira

1964- 1968

-Urbanização da Praça Central

-Pavimentação

Foto: Atílio João Fumo

* Atílio João Fumo

1968- 1972

FOTO: Construção do Cemitério

FOTO: 1º aparelho de RX de Mongaguá

FOTO: Pronto Socorro de Agenor

Foto: Cassimiro Correia Neto

Cassimiro Correia Neto

1972- 1976

1982- 1988

Foto: Inauguração da Central de Alimentos

Foto: Inauguração do Posto de salva-vidas do Itaóca

Foto: Inauguração do Relógio do Sol

-Concha acústica

– Emeis

Foto: Jacob Koukdjian Filho

* Jacob Koukdjian Filho

1976- 1982

1988-1992

1996- 2000

Jacosão

– Emeis

– Rodoviária

– Piscina Municipal

Foto: Posto salva-vidas central

Foto: Carnaval de Mongaguá

Foto: Carnaval

Foto:Fempom

Foto: Grupo Avena

Foto: Artur Parada Prócida

* Artur Parada Prócida

1992- 1996

2000- 2004

2004- 2008

Foto: Construção do Centro Cultural Raul Cortez

-Zona rural

Emefs

Emeis

-Creches

-Artuzão

– Quadras Esportivas

PREFEITO ATUAL

Posse em 01-01-2009

PAULO WIASOWISK FILHO

Convido a todos para visitarem a Casa da Memória de Mongaguá, onde encontrarão documentos, imagens e fotos de pessoas que deixaram suas marcas nas areias desta praia e contribuíram para o desenvolvimento de Mongaguá.

8 Comentários (+adicionar seu?)

  1. Paloma, Viviane, Iasmim e Isabela
    jan 17, 2012 @ 15:52:08

    Apesar de morarmos aqui não sabiamos nada de Mongaguá, foi uma experiência incrível conhecer o lugar onde moramos!!!. =)

    Responder

  2. Claudio moreira de m
    dez 31, 2011 @ 19:13:39

    Boa tarde meu nome e Claudio tenho o prazer de dizer que
    morei em mongagua hoje e 31/12/2011 ja passei muitas viradas ai a meu pai teve comerçio em frente a feirinha 1979 meu tio era o falecido zezinho do quiosque ele se parecia muito com meu pai ocomercio do meu pai chamava fofocas lanches fazia batidas ‘lanches ‘a meu pai tambem alugava cabines para banho tenho vontade de ter uma casa ai obrigado um abraço adoro mongagua

    Responder

  3. Maria Aparecida Dantas
    set 16, 2011 @ 05:29:25

    Amo Mongaguá, conheci esta cidade quando eu e meu falecido marido, compramos o 1º carro o ano era 1976, ficavamos na praia do centro que
    era para as pessoas de passagem, chegavamos de manhã e no final da tarde voltavamos para São Paulo, no ano de 1985 conseguimos comprar meio lote
    em Flórida Mirim e em 1988 conseguimos a habits enfim tinhamos construído a
    casinha na praia.
    quando o filho mais velho casou em 2006, resolvi vir morar aqui nesta casinha
    estou morando aqui desde março de 2007, com meu filho Especial e minha mãezinha e sempre digo moro no Paraíso .

    Responder

  4. Izis
    jul 21, 2011 @ 01:23:01

    Tive o grande prazer de criar meus filhos soltos embaixo do sol e correndo pelas areias de Mongaguá, fui muito feliz, fiz muitos amigos, o destino, no entanto me levou de volta a São Paulo, minha cidade natal, mas parte do meu coração e minhas melhores lembranças estão nesta cidade. Obrigada Mongagua, abraços aos amigos e parabéns querida amiga Vera.

    Izildinha

    Responder

  5. nilza
    mar 28, 2011 @ 23:25:49

    mongagua é lindaaaaaaa com a balbek pretendo ainda esse ano morar lá.

    Responder

  6. Arnaldo Carlos Teixeira
    jan 17, 2011 @ 17:56:15

    Tive a felicidade de encontrar esse site. Estava a procura de informações históricas sobre ANTONIO GONÇALVES NOBRE a quem é reportado como comprador de terras do pai de José Bonifácio. Sou um dos quatro bisnetos vivos de Antonio Gonçalves Nobre. Sei de histórias passadas de geração a geração desde o tempo da Guerra do Paraguai, e que diz respeito a história de Mongaguá. Meu bisavó foi o que na época seria o equivalente a prefeito de hoje, em São Vicente a qual pertencia Mongaguá, portanto prefeito daí também. A origem da minha família paterna é de Mongaguá. Caso queiram mais detalhes ou “causos”, estão a disposição.

    Responder

  7. José Rodrigues de Souza Júnior
    jan 13, 2011 @ 13:08:38

    Uma história muito bonita, de grandes conquistas e hoje uma linda Cidade, com praias de natureza pura e calma, muito bom de se morar.
    comprei pela construtora Baalbek Cooperativa Habitacional uma casa, não sei quando vou receber, mas estou ancioso pelo momento tão esperado.

    Abraços
    Júnior

    Responder

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